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ALGUNS CONHECIMENTOS BEATLES.

Encontrei quatro volumes da revista SOM 3 que é um pouco mais de conhecimento sobre os Fab Four, sei que hoje em dia há muitos meios de sabermos tudo sobre nossos amados Beatles, também sei que nem tudo que se fala é o que realmente aconteceu, mas para se saber o que realmente aconteceu só falando com os próprios não é mesmo, nas revistas que tenho não está informando quem escreveu, estranho, mas não encontrei informação da pessoa que escreveu, nenhum detalhe, mas assim mesmo compartilharei com vocês, com certeza sempre haverá alguém interessado, pois tem muita gente como eu que mesmo tendo a internet que pode nos fornecer informações e outros grupos e páginas que fazem isso, gostamos de ler e saber tudo sobre Beatles, mesmo quando é reprise, digo isso porque já fui muito criticada por grupos no Facebook por repetir postagens de vídeos e informações sobre os Beatles, então agora posto em alguns grupos apenas poucas informações, me dedico mais ao meu grupo e página do Facebook e agora ao Blog que estou adorando, onde não me criticam e só me fazem bem e sei que gostam do que faço porque muitos me falam coisas maravilhosas, muito obrigada, espero que curtam mais esses conhecimentos que estou compartilhando agora.

A revista fala de alguns discos e das músicas quem tocou, quem foi o vocalista e tudo mais, detalhes de cada música, por isso será postado junto o vídeo da música a que se refere o comentário e os detalhes ok,  e um pouco sobre os Beatles.

As fotos são da capa e do pôster da revista.

REVISTA SOM 3

1º VOLUME – A HISTÓRIA DE CADA DISCO.

A SEPARAÇÃO DE QUATO GÊNIOS.

– Ali não há nada de música dos Beatles. É sempre John e a Banda, Paul e a Banda, George e a Banda…E eu gostei muito de trabalhar assim.

A declaração, referente ao chamado Álbum Branco, é de John Lennon. Foi feita durante uma entrevista, anos depois do lançamento do LP, primeiro álbum duplo dos Beatles. Era também o LP de estréia do selo Apple que, até então, só havia editado o compacto ‘Hey Jude/Revolution”, cerca de 3 meses antes.

Tão controvertido quanto os trabalhos anteriores (Sgt. Pepper, Magical Mystery Tour), o álbum The Beatles (e não Álbum Branco, como ficou conhecido) foi gravado de maio a outubro de 1968. As gravações não foram muito tranqüilas e já prenunciavam o fim: começavam as crises que levariam à ruptura de um dos maiores fenômenos da música contemporânea.

Chegou a acontecer mesmo uma separação dos Beatles, pois  Ringo deixou o grupo, aborrecido com as criticas de Paul a seu estilo de tocar. Alguns dias depois, porém, ele voltou, pois os três pediram, repetindo incessantemente que ele era o melhor baterista do mundo.

Mas os problemas não acabavam aí. Desde a morte do empresário Brian Epstein, ocorrido no ano anterior, que o grupo estava meio órfão, Paul atuando como líder, mas isso não era suficiente e estavam todos baratinados. Sem Brian , também a parte financeira da Apple estava mal administrada. E o pior é que quatro parceiros musicais se viram na obrigação de atuarem também como sócios de uma empresa. E nisso, eles não eram bons. Mas mesmo sobre a contratação de um novo empresário para a firma houve divergências: Paul queria seu futuro sogro, Lee Eastman, e John, Allen Klein.

O fato é que na hora de gravar e editar o LP ninguém estava muito entusiasmado, mas havia um contrato a cumprir com a EMI. O resultado é bem diversificado,  mas em termos de qualidade, é homogênio. E apenas reforça o que já sabemos: só gênios podem conseguir que um trabalho desleixado resulte num produto do nível do Álbum Branco.

A diversidade das faixas também atesta a genialidade dos Beatles: conseguem passar do rock pesado “Helter Skelter” às baladas “Blackbird” e “Mother Nature’s Son”, via Hollywood “Good Night” em contraste com a loucura de “Revolution 9”.

Foram gravadas cerca de 40 faixas, a maioria das quais, composta durante a viagem à Índia, quando estiveram com Maharishi Mahesh Yogi (“homenageado” por John em “Sexy Sadie”). Algumas foram, então, eliminadas, entre as quais, “What’s the New Mary Jane”, que seria lançada em compacto, mas continua inédito até hoje. Restaram 31:4 de George, 1 de Ringo e 26 assinadas por John e Paul. Apenas assinadas, pois não compuseram juntos (com exceção de “Birthday”). Em geral, o autor é aquele que faz os vocais principais. Na verdade, cada um fez o que quis nesse disco. E, como sempre, acertou.

A capa branca é uma compensação à parafernália dos últimos trabalhos e traz apenas o titulo do LP em relevo. Dentro, os títulos das faixas e uma foto preto e branco de cada um. Como encartes, as mesmas fotos em cores e um pôster com uma colagem que já foi chamada de “versão visual de Revolution 9”. Do outro lado do pôster, as letras. É ver ouvir e conferir mais uma vez: Beatles 4 ever.

The Beatles (Álbum Branco)

Inglaterra: 22/11/68; Estados Unidos: 25/11/68; Brasil: 12/68

Lado 1:

1.“Back in the U.S.S.R.”

2.”Dear Prudence”

3.”Glass Onion

4.”Ob-La-Di, Ob-La-Da”

5.”Wild Honey Pie”

6.”The Continuing Story of Bungalow Bill”

7.”While my Guitar Gently Weeps”

8. “Happiness Is a Warm Gun”

Lado 2:

1.”Martha My Dear”

2.”I’m So Tired”

3.”Blackbird”

4.”Piggies”

5.”Rocky Racoon”

6.”Don’t Pass Me By”

7.”Why Don’t We Do It in the Road?”

8. “I Will”

9.”Julia”

Lado 3:

1.”Birthday”

2.”Yer Blues”

3.”Mother Nature’s Son”

4.”Everybody’s Got Something so Hide Except Me and My Monkey”

5.”Sexy Sadie”

6.”Helter Skelter”

7.”Long, Long, Long”

Lado 4:

1.”Revolution”

2.”Honey Pie”

3.”Savoy Truffle”

4.”Cry Baby Cry”

5.”Can You Take Me Back”

6.”Revolution 9”

7.”Good Night”

ImagemImagem

Na gravação do Álbum Branco (White Album) Ringo Starr saiu temporariamente da banda após uma briga, então Paul tocou também a bateria em duas músicas “Back in the U.S.S.R. e Dear Prudence”.

“Back in The U.S.S.R.”

(Lennon/McCartney)

John Lennon: Baixo de seis cordas e backing vocal

Paul McCartney: Guitarra solo, piano, bacteria backing vocal e vocais principais

George Harrison: Baixo e backing vocal.

O titulo da música de abertura do LP faz uma referência a “Back in the USA” (que seria de volta aos EUA), de Chuck Berry. Só que os Beatles estão “voltando” à Rússia. Logo depois que o avião que abre a faixa acaba de aterrisar, começa um autêntico rock ‘n’ roll, também com a marca de Chuck Berry, temperado pelo estilo de Paul nos vocais principais, numa citação dos Beach Boys. Enfim, é tudo uma gostosa paródia. Paul também fica no piano, guitarra solo e bateria. John e George fazem o corinho e, pela primeira vez na história do grupo, George está no baixo. Para completar, palmas marcam o ritmo, recurso que eles não usavam desde os idos de 64. Terminando, o som do avião usado de fundo em alguns momentos durante a faixa, toma conta do espaço outra vez, e desaparece dentro da faixa seguinte.

“Dear Prudence”

(Lennon/McCartney)

John Lennon: Guitarra solo, pandeiro, vocais principais e backing vocal.

Paul McCartney: Baixo, piano, flugelhorn(um tipo de trompete), bateria e backing vocal.

George Harrsion: Viiolão e backing vocal.

Mal Evans: Pandeiro

Assim que o avião da faixa anterior desaparece, surge o som persistente do violão de George, que ficará no fundo da canção até o fim. O começo é suave, mas, aos poucos, o arranjo vai se complicando, com Paul no piano, baixo e flugelhorn, acompanhado por uma batida complexa. Os vocais principais são várias vozes de John Lennon, e, no fundo, os outros três fazem um belo coro. Algumas pessoas acham que “Dear Prudence”, na verdade, são duas canções mixadas: um rock e uma balada. Isso nunca foi confirmado, mas o resultado final é muito bonito. Quem escreveu foi John, para Prudence Farrow, irmã da atriz Mia Farrow (O Bebê de Rosemary, Sonhos Eróticos de uma Noite de Verão), durante a visita à Índia. Prudence estava lá e passava o dia meditando, apesar dos convites do Beatle para outras atividades.

“Glass Onion.”

(Lennon/McCartney)

John Lennon: Violão e vocais (solo)

Paul McCartney: Baixo, piano e flauta.

George Harrison: Guitarra solo

Ringo Starr: Bateria e pandeiro

Músicos de estúdio: Orquestra.

John escreveu essa letra meio absurda em resposta, aqueles que tentam interpretar os versos dos Beatles e acabam inventando coisas que os quatro não tinham sequer imaginado. Numa entrevista, ele comentou:

John – “Estou cansado de ouvir esse blábláblá sobre o Sargent Pepper, tipo ‘plante uma bananeira, ouça o disco de trás para frente e você vai descobrir seus significados mais profundos’. Há pouco tempo vi um cara dizer na televisão que “Lucy int the Sky With Diamonds” e “A Little Help Fromm y Friends” foram feitas para promover drogas. E não é nada disso nunca pensamos nisso quando fizemos a músicas.

Quem tentar ler as entrelinhas de “Glass Onion”, portanto, vai entender cada vez menos as palavras de John e Paul. Há referências a outras letras “misteriosas”: “Strawberry Fields Forever”, “Fixing a Hole”, “The Fool on the Hill”, “Lady Madonna” e “I’m the Walrus”, John termina seu deboche aos “beatle-intérpretes” com a frase “well, here’s another clue for you all: the walrus was Paul”, ou seja: “aqui está mais uma pista pra vocês todos: a morsa era Paul”. O que, certamente, não esclarece absolutamente nada.

“Ob-La-Di, Ob-La-Da”

(Lennon/McCartney)

John Lennon: Maracas e backing vocal.

Paul McCartney: Piano, baixo e vocais principais.

George Harrison: Violão e backing vocal.

Ringo Starr: Bateria.

Músicos de estúdio: Metais.

Uma das faixas que fez mais sucesso no Brasil, “Ob-La-Di, Ob-La-Da” é a incursão pioneira dos Beatles pelo reggae, muitos anos antes da moda atual. Paul está no piano e faz os vocais principais, acompanhado por John e George. Os metais são usados num estilo jamaicano que se tornaria muito popular uns dez anos depois. Portanto… mais uma vez, os quatro estavam anos à frente. Paul tinha um amigo jamaicano chamado Jimmy Scott que usava muito a expressão “ob-la-di, ob-la-da life goes, on, bra” (“life goes on” quer dizer a vida continua; e ob-la-di, ob-la-da, provavelmente, é invenção de Jimmy Scott, não significa nada além de uma palavra gostosa de se ouvir e falar). Jimmy tinha, inclusive, uma banda chamada Jimmy Scott and his Ob-La-Di, Ob-La-Da Band. Paul, não satisfeito em usar a expressão do amigo, deu-se ao luxo de entrar na  música de seu país, compondo um reggae. Ele quis lançar a faixa em compacto, mas John e George vetaram.

Parte 5

“Wild Honey Pie”

(Lennon/McCartney)

Paul McCartney: Guitarras, bateria e todos os vocais.

Como se vê, esse é o bloco-do-eu-sozinho de Paul McCartney. Ele compôs e gravou fazendo os vocais, tocando guitarra solo, baixo, violão e bateria. A idéia de fazer a gravação surgiu ainda na Índia, e a intenção era realizar apenas um trabalho experimental e não editá-la. Mas Patti Harrison (ou Jane Asher, namorada de Paul: nesse pondo, há divergência entre os biógrafos) gostou tanto, que resolveram lançar um trechinho da gravação. O resto continua inédito.

“The Continuing Story Of Bungalow Bill”

(Lennon/McCartney)

John Lennon: Viloão, órgão e vocais principais.

Paul McCartney: Baixo e backing vocal

George Harrison: Violão e backing vocal

Ringo Starr: Bateria, pandeiro e backing vocal

Yoko Ono: Vocalização

Chris Thomas: Melotrom

Coro: inclui Yoko Ono e Maureen Starkey

Uma musiquinha alegre de John Lennon, que está nos vocais principais, com um corinho de “crianças”: “al the children sing” quer dizer “todas as crianças cantam” e aí entra o coro do qual participam Yoko e Maureen. Aliás, a voz de Yoko é melhor dublando vozes infantis do que tentando cantar de verdade. Ela também faz vocalizações e canta sozinha uma frase no terceiro verso (“not when He looked so fierce”). Foi a única vez que sua participação foi admitida num disco dos Beatles, com exceção de alguns corinhos. O assistente Chris Thomas também participa, tocando melotrom no fim. A faixa acaba em palminhas e o grito “Eh up” de John Lennon marca a entrada da canção seguinte.

“While My Guitar Gently Weeps”

(George Harrison)

John Lennon: Violão, órgão, vocalização

Paul McCartney: Baixo, piano, vocalização

George Harrison: Violão, guitarra solo e vocais principais

Ringo Starr: Bateria, castanholas e pandeiro

Eric Clapton: Guitarra solo

A primeira das quatro faixas de George incluídas no álbum traz um convidado especialíssimo: seu amigo Eric Clapton dá um pequeno show de virtuosismo, principalmente no fim da música.

George tinha abandonado os instrumentos orientais, pelo menos nesse álbum, pois acabara de lançar a orientalíssima trilha sonora de Wonderwall (inédito no Brasil). É ele que faz as várias vozes principais, acompanhado pelas belas vocalizações de John e Paul.

“Happiness is a Warm Gun”

(Lennon/McCartney)

John Lennon: Guitarra solo, tamborim, vocais principais e backing vocal

Paul McCartney: Baixo e backing vocal

George Harrison: Guitarra solo e backing vocal.

Ringo Starr: Bateria

Na verdade, essa faixa reúne três músicas que John resolveu juntar numa só. No começo, é uma balada melodiosa, cuja letra é formada por frases soltas, sem sentido. Aos poucos, entra um rock e o refrão “Mother Superior Jump the Gun”. Para terminar, ao som do corinho “bang-bang, shoot-shoot”, de Paul e John, este último grita a frase “happiness is a warm gun” (a felicidade é um revólver quente) – sobre a qual, ele comentou:

– George Martim tinha um livro sobre revólveres -, ou então, foi um anúncio que ele me mostrou numa revista, não me lembro – que tinha essa frase. Achei incrível e resolvi usá-la, porque é uma coisa absolutamente insana de se dizer. Afinal, um revólver quente significa que a gente acabou de atirar em alguma coisa.

Paul considera essa uma das melhores faixas do disco.

“Martha My Dear”

(Lennon/McCartney)

John Lennon: Baixo

Paul McCartney: Piano e vocais (solo)

George Harrison: Guitarra solo

Ringo Starr: Bateria

Músicos de estúdio: Cordas e metais.

Martha recebeu a homenagem que milhares de seres humanos dariam o braço direito para receber: uma canção feita especialmente para ela por seu carinhoso dono Paul McCartney. Para quem ainda não sabe, Martha era a cadela de Paul, um peludo e dócil sheepdog (cão pastor inglês). Martha certamente teve uma vida saudável e feliz, pois já era meio velhinha quando ele compôs a música e só veio a falecer em agosto de 1981 ela viveu 15 anos. A canção é leve e tem um clima inocente de baile antigo.

“I’m so Tired”

(Lennon/McCartney)

John Lennon: Violão, guitarra solo, órgão e vocais principais.

Paul McCartney: Baixo e vocalização

George Harrison: Guitarra solo e guitarra rítmica.

Ringo Starr: Bateria.

John compôs essa música para Yoko e quem já sofreu de insônia alguma vez na vida é capaz de sentir a aflição ao ouvi-la: “I’m so tired” quer dizer “estou tão cansado” e a letra conta que ele não consegue dormir há… 3 semanas. Como se não bastasse, tudo é cansaço e falta de sono: o andamento, a batida pesada de Ringo, o arranjo e a voz arrastada e depois desesperada de John. É ele que faz os vocais, acompanhado pela vocalização de Paul em alguns trechos. No final da faixa, há uns murmúrios incompreensíveis. Na época que correu o boato da morte de Paul, essa era uma das “provas” que os “beatle-intérpretes” apresentavam. Segundo eles, se você rodasse o disco ao contrário (o que não é recomendável, pois acaba com a agulha) nesse trechinho, ouvira nitidamente a voz de Ringo dizer “Paul is dead, man, miss him, miss him”, ou seja: “Paul está morto, cara, que saudades dele”.

“Blackbird”

(Lennon/McCartney)

Paul McCartney: Violão, bongos e vocais (solo)

Novamente, Paul mostra que da para fazer muito mesmo sozinho. Blackbird é melro, um pássaro tão comum na Inglaterra quanto o pardal entre nós. E a canção recria a singeleza e simplicidade de um passarinho banal. O arranjo é despojado, só são usados instrumentos acústicos e o único acompanhamento vocal é o canto do próprio melro.

“Piggies”

(George Harrison)

John Lennon: Efeitos sonoros

Paul McCartney: Baixo

George Harrison: Violão e vocal (solo).

Ringo Starr: Pandeiro

Chris Thomas: Cravo

Músicos de estúdio: Cordas.

Continuam os bichos: sai o melro de Paul, entram os porquinhos de George. A letra fala de lindos porquinhos na lama e, depois, de porquinhos de camisa branca comendo bacon com suas esposas. Consta que seria uma agressão sarcástica aos glutões (gananciosos) que só querem saber de faturar em cima dos outros – inclusive dos Beatles. George está nos vocais, fazendo a segunda voz também, em alguns trechos. Quem produz os impecáveis ruídos suíno é John Lennon.

“Rock Raccon”

(Lennon/McCartney)

John Lennon: Harmônio, harmonica e backing vocal.

Paul McCartney: Violão e vocais principais.

George Harrison: Baixo e backing vocal.

Ringo Starr: Bateria

George Martin: Piano

Nesse canção country/folk, Paul conta uma longa história de amor e traição que poderia perfeitamente ser o roteiro de um filme de bang-bang norte-americano. Ele a compôs ainda na Índia. Faz os vocais principais e o backing vocal, ao lado de John e George. John toca outra vez sua harmônica, coisa que não fazia desde as primeiras gravações. O piano de George Martin ajuda a criar o clima de saloon, completado pela harmônica de John, Paul sempre foi um apreciador de country.

“Don’t Pass me By”

(Ringo Starr)

John Lennon: Violão e tamborim.

Paul McCartney: Baixo

George Harrison: Violino

Ringo Starr: Piano, bacteria e vocais (solo)

É a primeira composição de Ringo. Ele participou da criação de “What Goes On”, do álbum Rubber Soul, ao lado de John e Paul. Mas “Don’t Pass Me By” é exclusivamente de sua autoria e foi escrita em 1963. Em entrevista, ele disse que gostaria muito de saber compor: “Eu já tentei, mas não dá certo. A letra, eu ainda faço direito. Mas depois, quando eu penso que criei uma melodia e vou mostrar para os outros, eles me dizem que parece com não-sei-o-que, eu vou ver e parece mesmo, não fui eu que inventei nada”.

Muita gente se daria por satisfeito se conseguisse fazer apenas a canção que ele fez, “Don’t Pass Me  By”. Além de se revelar compositor, Ringo toca piano e faz uma ótima batida.

“Why don’t we do it in the Road?”

Paul McCartney: Guitarra solo, baixo, piano, bacteria e vocais (solo)

Paul outra vez, numa faixa que foi bastante criticada pelos gritos que ele dá – mas Paul assume, e diz que acha lindo o jeito de cantar gritando dos primeiros bluesingers norte-americanos e procura recriá-los de vez em quando. Houve criticas também aos versos, pois houve quem conseguisse achá-los obscenos na época do lançamento do álbum (“por que não fazemos na estrada? Ninguém vai ficar olhando a gente?”) Em 1971, Paul regravou essa música, com um estilo diferente e outro título: “Oh, Woman, Oh Why”.

“I Will”

(Lennon/McCartney)

Paul McCartney: Violão, baixo e vocais (solo)

Ringo Starr: Bateria, bongos e maracas.

Essa balada romântica agradou bastante ao grande público e fez sucesso aqui no Brasil. É uma faixa curtinha, onde Paul canta e faz um mínimo de acompanhamento com o violão. Ringo faz a batida gostosa no fundo.

Amigos (as) mais um pouco de conhecimentos para todos inclusive para mim para relembrar de algumas coisas, espero que estejam gostando.

“Julia”

(Lennon/McCartney)

John Lennon: Violão e vocais.

Tão bela quanto triste, a canção “Julia” fica ainda mais tocante se soubermos que John a compôs para sua mãe, Julia Stanley morreu atropelada quando ele tinha 17 anos, em frente à sua irmã, Mimi, que havia criado John. John contou:

– O guarda bateu na casa de tia Mimi pra nos avisar do acidente. Foi exatamente como deve ser, como a gente vê no cinema. Perguntou se eu era o filho dela, essas coisas. Depois ele nos deu a notícia e nós dois gelamos. Foi a pior coisa que já me aconteceu.

Mais tarde, depois dessa canção de amor para sua mãe, ele faria “Mother”, uma canção de ódio pela falta que lhe fizeram pai e mãe ( o pai partiu para a guerra antes dele nascer e nunca morou com Julia, que entregou o filho para Mimi criar). Yoko Ono participou da composição de “Julia”.

“Birthday”

(Lennon/McCartney)

John Lennon: Guitarra solo e vocais principais

Paul McCartney: Piano e vocais principais

George Harrison: Baixo e pandeiro

Ringo Starr: Bateria

Coro: Inclui Yoko Ono e Patti Harrison.

Das 26 faixas assinadas pela dupla, apenas essa foi  realmente composta por Lennon-McCartney.

Trata-se de uma versão roqueira do “Parabéns pra Você”, feita na Índia por ocasião do aniversário de Patti Harrison. Dançável e alegre como manda o clima de festa de aniversário, traz uma batida forte de Ringo, um solo de guitarra animadinho d o piano de Paul completando a barulheira gostosa.

“Yer Blues”

(Lennon/McCartney)

John Lennon: Guitarra solo e vocal

Paul McCartney: Baixo

George Harrison: Guitarra solo

Ringo Starr: Bateria

Já na primeira frase John grita seu desespero: “Sim, estou só/queria morrer”. Na verdade, esse blues escandaloso faz referência aos blues elétricos que fizeram muito sucesso na Inglaterra no final dos anos 60. Seu estilo de gritar/cantar este lamento eletrizado não fica devendo nada a nenhum autêntico cantor negro de blues norte-americano. O clima se completa com os ataques violentos da guitarra de George e a batida insistente de Ringo.

“Mother Nature’s Son”

(Lennon/McCartney)

Paul McCartney: Violão, bongos, timpano e vocais (solo)

Músicos de estúdio: Trompas.

Nesta balada, Paul McCartney mostra sua visão da vida no campo, falando da mãe natureza num arranjo simples, com instrumentos acústicos. Sua voz é acompanhada pelo violão em dois canais e pelos bongos. Ao fundo, ele mesmo faz a batida de tímpano e a interferência das trompas é suave, não comprometendo a delicadeza do arranjo.

“Everybody’s Got Something To Hide Except me And My Monkey”

(Lennon-McCartney)

John Lennon: Guitarra solo, maracas e vocais principais.

Paul McCartney:Baixo e backing vocal.

George Harrison: Guitarra rítmica e sineta.

Ringo Starr: Bateria.

John fez essa música em resposta a um desenho que representava Yoko como um macaco sentado em seu ombro, enfiando umas garras enormes nas costas dele. Insinuava que ela estaria secando sua capacidade de compor. O enorme titulo significa o seguinte: “Todo mundo tem alguma coisa pra esconder, exceto eu e meu macaco.” Com isso, ele provavelmente queria dizer. “Nós não temos nada a esconder, Yoko me inspira e não me atrapalha na hora de compor boa música.” A canção é uma prova disso, pois é um delicioso rock’n’roll, com John nos vocais principais e acompanhando Paul no backing vocal em alguns trechos. O solo de guitarra é impecável e insólido fica por conta da sineta de George. O titulo original era “Come On Come On”.

“Sexy Sadie”

(Lennon-McCartney)

John Lennon: Violão, guitarra rítmica, órgão, vocais principais e backing vocal.

Paul McCartney: Piano, baixo e backing vocal.

George Harrison: Guitarra solo e backing vocal.

Ringo Starr: Bateria e pandeiro.

Os Beatles foram à Índia especialmente para ter um contato com o guru Maharishi. Estiveram em sua Academia de Meditação, ouvindo seus princípios místicos, fazendo meditação, até o dia em que souberam que ele havia tentado violentar a atriz Mia Farrow, além de andar atrás de umas e outras mulheres. Isso contrariava brutalmente todos os princípios que ele próprio apregoava. No começo os quatro estiveram em dúvida sobre a veracidade da notícia.

– Mas, quando George começou a achar que devia ser verdade, aí realmente vi que era – conta John Lennon – porque se até George chegou a desconfiar que era verdade, é porque ali tinha coisa mesmo.

Assim, no dia seguinte, comunicaram ao Maharishi que iam partir, sem dizer a razão.

– Se você é tão cósmico, você sabe por que – disse-lhe John. Ele me olhou com uma cara como se quisesse me fuzilar.

Então John escreveu “Sexy Sadie” sobre o Maharishi: “você fez todo mundo de bobo/você quebrou as regras”. Sua idéia inicial era escrever o nome Maharishi mesmo, mas depois resolveu ser mais sutil e o substituiu por Sexy Sadie. John faz os vocais principais e acompanha Paul e George em algumas partes do backing vocal. O piano de Paul é a marca mais forte da música é a marca mais forte da música, acompanhado pela guitarra distorcida de George.

“Helter Skelter”

(Lennon-McCartney)

John Lennon: Baixo, guitarra solo, saxophone e backing vocal.

Paul McCartney: Baixo, guitarra solo e vocais principais.

George Harrison: Guitarra rítmica e backing vocal.

Ringo Starr: Bateria.

Mal Evans: Trumpete.

Sem dúvida alguma, trata-se do som mais pesado que os Beatles fizeram. Haviam tentado produzir alguma coisa assim com “Rain” e “And Your Bird Can Sing”. Mas “Helter-Skelter” vai às últimas conseqüências, fazendo jus ao nome (helter-skelter é uma grande confusão e, também, montanha russa). Paul berra a letra e o backing vocal completa a excitação da faixa, que inclui guinchos e gritos não-identificados. A uma certa altura, as guitarras fazem uma escala musical e vão desaparecendo numa distorção. A bateria  de Ringo traz a música de volta por pouco tempo: vai tudo sumindo, há um momento em que parece que tudo acabou, para recomeçar outra vez, até Ringo gritar: “I’ve got blisters on my fingeers”, ou seja: “estou com bolhas nos dedos”. Também, não era para menos: a gravação inteira durou 25 minutos e meio. John está no sax e Mal Evans, no trumpete. Quanto Charles Manson assassinou a atriz Sharon Tate e seus amigos num ritual macabro, em 1969, ele e os outros assassinos disseram ter encontrado inspiração para o crime nessa faixa. Mas John Lennon foi aos tribunais defender a música de qualquer responsabilidade em relação à insanidade alheia.

“Long, Long, Long”

(George Harrison)

John Lennon: Violão e piano

Paul McCartney: Baixo e órgão Hammond

George Harrison: Violão e vocais (solo)

Ringo: Bateria.

Embora alguns considerem a terceira faixa de George no álbum quase uma canção fúnebre, trata se de uma música muito apaixonada, que fala da tristeza de uma perda e da emoção do reencontro. Uma emoção contida nos vocais que se escondem atrás dos violões; bem ao estilo de George, aliás. A batida de Ringo (fúnebre, para quem prefere encarar assim) da uma idéia de câmara lenta e o resultado do conjunto lembra quase um balé de gestos largos. Tudo termina num grito (um êxtase meio estranho, talvez).

“Revolution”

(Lennon-McCartney)

John Lennon: Guitarra solo, violão vocais principais e backing vocal.

Paul McCartney: Baixo, violão, piano e backing vocal.

George Harrison: Guitarra ritmica e backing vocal.

Ringo Starr: Bateria

Músicos de estúdio: Metais.

A canção é de John Lennon e já havia sido lançado em compacto, do lado B de “Hey Jude”, mas com uma versão diferente, mais roqueira. Essa versão que abre o último lado do LP, é mais suave e quase acústica. John escreveu essa música e queria lançá-la no Lado A de um compacto, porque achava importante dizer às pessoas o que ele pensava sobre uma revolução. Em geral, eles evitavam falar de assuntos políticos (aparentemente, por ordens de Brian Epstein), como a guerra do Vietnã. John não queria mais ficar omisso a respeito e acreditava que a revolução era importante para melhorar o mundo:

– Quando eu digo na canção “it’s gonna be allright “(vai dar tudo certo), é porque eu acredito nisso, ainda tenho aquela coisa de achar que Deus vai nos salvar. E, apesar de jogar o jogo do Capitalismo acho a revolução fundamental.

Mais tarde, John se tornaria um profundo admirador de Mao Tsétung. Mas esteve em dúvida sobre o assunto no que diz respeito à violência, tanto que gravou varias versões, dizendo às vezes “you can count me in” (pode contar comigo) e às vezes “you can count me out” (não conte comigo).

– A idéia de uma revolução violenta geral não me agrada, pois não quero ser assassinado.

Infelizmente, John só encontrou a parte da revolução de que não gostava: a violência. Nessa faixa, ele faz a voz principal em dois canais. A música ameaça começar, é interrompida, ouvem-se vozes, John diz “ok” e, então, a guitarra solo entra – inesperadamente, no canal esquerdo, pois na primeira versão estava do lado direito. O andamento varia, como se houvessem problemas de rotação e o corinho “do-di-do-uau-uau” lembra os anos 50.

“Honey Pie”

(Lennon-McCartney)

John Lennon: Guitarra solo

Paul McCartney: Piano e vocais (solo).

George Harrison: Baixo

Ringo Starr: Bateria

Músicos de estúdio: Banda de 15 elementos.

Assim como as canções “When I’m Sixty-Four” e “Your Mother Should Know”, aqui há influência da música dos anos 20. Paul ao piano, cantando e falando frases que não estão na letra, ajuda a criar o clima da época. George está no baixo (como acontece em muitas outras faixas do álbum). A banda completa o ambiente, num estilo de festa-baile da época.

“Savoy Truffle”.

(George Harrison)

John Lennon: Guitarra solo

Paul McCartney: Baixo.

George Harrison: Guitarra soo, órgão e vocais (solo)

Ringo Starr: Bateria e pandeiro.

Músicos de estúdio: Metais.

George Harrison fez essa canção falando de doces para seu amigo Eric Clapton, que é doido por doce. A citação de “Ob-La-Di,Ob-La-Da” não parece ter muita razão além de fazer rima com o verso anterior. Os metais são usados numa forma que lembra um pouco “Go to Get You Into My Life”.

“Cry Baby Cry”.

(Lennon-McCartney)

John Lennon: Violão, piano, órgão e vocais (solo)

Paul McCartney: Baixo

George Harrison: Guitarra solo

Ringo Starr: Bateria e pandeiro

George Martin: Harmônica.

Mais uma letra non sense e mais uma demonstração da versatilidade musical de John: ele toca quase todos os instrumentos. No começo, brinca com o estéreo, deixando o refrão no canal esquerdo e os outros versos bem no centro. Quanto à letra, a idéia foi tirada de um comercial de TV e, no principio, seria “make your mother cry” (faça sua mãe chorar), e não “make your mother sigh” (faça sua mãe suspirar), como ficou na verdade definitiva. O resto são frases absurdas, uma história meio maluca bem ao estilo John.

“Can You Take Me Back”

(Lennon-McCartney)

Paul McCartney: Violão, bacteria, maracas, bongos e vocais (solo).

Essa microfaixa não está incluída nem no selo do disco nem no verso do pôster, onde estão todas as letras. Provavelmente, era parte de alguma outra e parece ser a continuação de “Cry Baby Cry”. Como é Paul que faz os vocais, acredita-se que ele esteja tocando os outros instrumentos, mas não há crédito em lugar nenhum.

“Revolution 9”

(Lennon-McCartney)

John Lennon: Voz, mixagem, edição.

Paul McCartney: Piano

George Harrison: Voz

Ringo Starr: Voz

Yoko Ono: Voz

George Martin: Mixagem e edição.

Uma faixa dos Beatles onde não há propriamente música. Trata-se de mais uma loucura de John Lennon, que falou o seguinte a respeito:
– Foi um quadro inconsciente do que eu realmente acho que vai acontecer durante a revolução: fazer a faixa foi como desenhar uma revolução. Mixei uns 30 canais numa só faixa. Usei fitas com música clássica de trás pra frente, com vozes, coisas assim. Uma das fitas que usei trazia um engenheiro da EMI fazendo um teste e ele dizia: “Este é o texto da EMI série número 9”. Cortei tudo e deixei só “número 9” (number9), que repetido, assim fica engraçadíssimo. E 9 é o dia do meu aniversário, meu número de sorte e tudo, mas foi sem querer. Só depois que eu fiz a brincadeira é que percebi seu significado.

A faixa reúne efeitos sonoros, no estilo do álbum avant-garde Two Virgins, feito por John e Yoko (aquele que traz os dois em nu frontal na capa e nu dorsal na contracapa, inédito no Brasil). Os outros três participam, provavelmente através de fitas, com suas vozes em falas desconexas e Paul entra também com o piano. George Martin atuou na mixagem e edição, mas a criação original é de John e Yoko. A princípio Paul, George e Ringo não queriam a inclusão da faixa, mas acabaram cedendo. Apesar do que John falou a respeito, o resultado final parece mais com o som de um pesadelo do que com o quadro de uma revolução. Ou será que as duas coisas podem ser uma só?

“Good Night”

(Lennon-McCartney)

Ringo Starr: Vocais (solo)

Músicos de estúdio: Orquestra de 30 elementos, harpa e coro.

Depois da fragmentação de “Revolution 9”, a harmonia de um “boa noite” melodioso para fechar o disco John escreveu essa faixa especialmente para Ringo e somente para ele. O clima de Hollywood nos anos 30 é criado pela orquestra de George Martin com o coro feminino. E os quatro se despedem do ouvinte com um grand finale cinematográfico. Até a próxima.